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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

CELMU

CELMU
Curso Ecumênico de Liturgia e Música

Boa noite, queridos amigos!
Bom, precisarei dar uma pausa de duas semanas nas postagens do blog. Amanhã estou me dirigindo para a cidade Agudos, interior de São Paulo, para participar da 4ª etapa do Curso Ecumênico de Formação e Atualização Litúrgico-Musical, o CELMU.
Especialmente este ano, o CELMU está comemorando seus 20 anos de existência, o que fará de 2011 um encontro emocionante e maravilhoso.
Estou dando um break nos posts, porque no Seminário Santo Antônio, onde ocorre o encontro, acreditem, só funciona o celular no portão! Há a rede wi-fi, mas os dias são tão corridos devido  às aulas que o tempo que sobra queremos descansar...
Convido todos para conhecerem este maravilhoso encontro, promovido pela CNBB, pelo CONIC e por diversas igrejas cristãs.
Para mais informações acessem o site do CELMU, clicando aqui.

Bom queridos amigos!
Eu torno a escrever depois desta pausa, devo voltar no dia 15 de janeiro e continuarem postando mais formas de se vivenciar de maneira mistagógica nossas celebrações.
Um grande abraço e fiquem com Deus!

Batismo do Senhor - 2ª Parte

Solenidade do Batismo do Senhor

Sugestões para um vivência
mistagógica da Liturgia


a) A cor litúrtica do dia é o branco.

b) A pia (fonte) batismal seja valorizada, juntamente com o círio pascal, os santos óleos dos catecúmenos e do crisma.

c) Um gesto a destacar, será o Rito para a Aspersão Dominical da água, em vez do Ato Penitencial. Ganhará sentido no lugar da Profissão de Fé, poderá ser feita a Renovação das Promessas Batismais, e logo após a aspersão de toda a assembleia realçando o nosso compromisso batismal.

d) Seria conveniente que, no decorrer da celebração, se fizesse o batismo de alguma criança ou jovem. Os ritos do Batismo devem ser bem visíveis por toda a assembleia.

e) O Tempo Comum começa na segunda-feira seguinte à festa do Batismo do Senhor. Durará até ao início da Quaresma. Terminada a celebração do ciclo Quaresma-Páscoa no dia de Pentecostes, retomar-se-á o Tempo Comum para terminar no sábado da 34ª semana. Como o próprio nome sugere, ao tempo de exceção ou solenidade, com a sua preparação e prolongamento, sucede a normalidade do quotidiano; e à concentração nalgum aspecto ou momento específico do Mistério de Cristo, sucede o seu anúncio e celebração geral e global, “comum”, ao ritmo de cada Domingo.

f) A cor dos paramentos volta a ser o verde no Tempo Comum, exprimindo o retomar desta normalidade, que também se há-de sentir na ambientação geral da igreja e no repertório de cantos adotado. Em relação a estes, reconhecemos que nem todas as assembleias estão preparadas ou possuem um grupo de canto litúrgico que lhes permita cantar os cânticos próprios, sugeridos no Hinário Litúrgico da CNBB para cada domingo. Cada assembleia tem o seu ritmo de assimilação que deve ser respeitado em ordem a conseguir uma participação cada vez mais profunda.

g) Orientação aos Leitores: O leitor deverá dirigir-se ao ambão, e só começará a leitura quando todos se tiverem sentado e houver silêncio. Anunciará o título da leitura: “Leitura do Livro de Isaías”, fará uma pausa (3 ou 4 segundos) e então começará. Leia lentamente. Terminada a leitura, faça-se pausa, novamente (4 a 5 segundos) antes de propor a aclamação “Palavra do Senhor”. Assim também se fara com a segunda leitura.

h) Sugestão de cantos:
Abertura: Eis que veio o Senhor dos Senhores (CD Liturgia V – Paulus); Assembleia dos Chamados (CD Ano Vocacional – Paulinas).

Aspersão: Banhados em Cristo (CD Tríduo Pascal II – Paulus); Eu vi, eu vi, vi água a manar... (CD Tríduo Pascal II – Paulus); Água santa, ó água pura (L. M.: Ir. Míria T. Kolling).

Oferendas: Cantai ao Senhor, um canto novo (CD Liturgia V – Paulus).

Comunhão: Da cepa, brotou a rama (CD Liturgia V – Paulus).

Despedida: Pelo Batismo recebi uma missão (Missão do Batizado); Ide por todo o universo (L. M.: José Acácio Santana); Hino do Leigo (L. M.: Ir. Míria T. Kolling)

Batismo do Senhor - 1ª Parte

Solenidade do Batismo do Senhor

Reflexões Bíblico-Pastorais
O prefácio da missa desta Festa é uma síntese do que é o “novo batismo”, no qual todos fomos batizados. A água do Jordão, a voz que desceu do Céu e o Espírito Santo em figura de pomba colocam-nos perante o nosso batismo, que é “novo”, porque é o batismo de Jesus. Quem é batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo nasce para uma vida nova e sempre nova. Pelo Batismo, a Palavra convida-nos à fé na Encarnação: “vosso Verbo habita entre os seres humanos”, o Emanuel, Deus-Conosco. Este belo prefácio leva-nos a procurar na Palavra de Deus, em todos os dias, o alimento para a nossa fé, para que possamos descobrir Deus na vida. Este texto indica-nos qual a nossa missão, que é a missão de Jesus, que “ungido com o óleo da alegria” foi “enviado para evangelizar os pobres”. Jesus faz-se pobre com os pobres.

O Batismo do Senhor é a ultima festa do Tempo de Natal. Juntamente com a Epifania, exprime que Jesus, o Menino nascido em Belém, é a manifestação de Deus: é o Filho muito amado de Deus. Neste domingo, o Tempo de Natal termina e começa o Tempo Comum, um ciclo no qual celebramos Jesus, porque quis entrar na nossa vida.

A aspersão da assembleia com água, em vez do ato penitencial, será o gesto a ter em conta nesta festa, como recordação do nosso batismo. É também um dia, se possível, para a celebração do batismo dentro da celebração eucarística. Estes momentos serão uma linda catequese sobre o batismo e sobre Aquele que se manifestou como Filho de Deus.

Isaías, na 1ª leitura, diz-nos que Aquele que “promoverá o julgamento das nações” é enviado para ser a “luz das nações”, para “abrires os olhos dos ceos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. Respondendo a esta leitura, cantamos no Salmo: “Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo”. A melhor bênção do Senhor é ter o Filho de Deus no meio do seu povo. Na 2ª leitura, dos Atos dos Apóstolos, encontramos um resumo de toda a pregação cristã, acentuando que “Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder”. No evangelho, encontramos o relato do batismo de Jesus, segundo S. Mateus: “Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo pousar sobre ele”. Em Jesus, não há barreiras entre o céu e a terra.

Ideias a reter nesta Festa: Jesus vive em nós, pelo batismo, o dia-a-dia da vida; como é importante a nossa relação pessoal com Ele; como é importante a nossa relação comunitária, porque o batismo nos une a Cristo como membros do Seu Corpo, que é a Igreja; a nossa missão é a missão de Jesus, dada pelo Espírito Santo que ungiu o Senhor, que O deu a conhecer como Filho e que nos tornou filhos de um único e mesmo Pai. 

sábado, 1 de janeiro de 2011

Epifania do Senhor - 2ª Parte

Propostas para a Celebração Litúrgica


a) As imagens dos três Reis Magos sejam colocadas no présepio, próximo à manjedoura.

b) A Epifania é uma das principais solenidades do ano litúrgico, rica de ressonâncias populares, de interpelações ecumênicas e de urgência missionária. No Menino nascido de Maria, celebramos a manifestação d’Aquele que é o Filho de Deus, o Messias esperado pelos Judeus e a Luz de todos os povos. As antífonas do cântico evangélico tanto das Laudes quanto das Vésperas II referem-se às “três maravilhas” que adornam este dia e fazem dele “Epifania”: a adoração dos Magos, o batismo de Cristo e as bodas de Caná.

c) Sugerimos o uso do incenso em toda a celebração

d) Utilizar da bandeira do Divino, juntamente com os integrantes da Folia de Reis, muito admirado por nosso povo e de imensa riqueza religiosa no meio popular.

e) Durante o canto do Glória e a proclamação da Oração do Dia, o sacerdote poderá estar rodeado de crianças com velas acesas.

f) Depois do Evangelho ou após a Oração pós-Comunhão, proclamar o Anúncio Solene do Dia de Páscoa. Eis o texto:

ANÚNCIO DAS SOLENIDADES MÓVEIS DE 2011

Irmãos caríssimos,
a glória do Senhor manifestou-se,
e sempre há de manifestar-se no meio de nós
até a sua vinda no fim dos tempos.
Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo
recordamos e vivemos os mistérios da salvação.
O centro de todo o ano litúrgico
é o Tríduo do Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado,
que culminará no Domingo de Páscoa,
este ano a 24 de abril.
Em cada Domingo, Páscoa semanal,
a Santa Igreja torna presente este grande acontecimento,
no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte.
Da celebração da Páscoa do Senhor
derivam todas as celebrações do Ano Litúrgico:
as Cinzas, início da Quaresma, a 9 de março;
a Ascenção do Senhor, a 5 de junho;
Pentecostes, a 12 de junho;
o primeiro Domingo do Advento, a 27 de novembro.
Também nas festas da Santa Mãe de Deus,
dos Apóstolos, dos Santos
e na Comemoração dos Fiéis Defuntos,
a Igreja peregrina sobre a terra
proclama a Páscoa do Senhor.
A Cristo, que era, que é e que há de vir,
Senhor do tempo e da história,
louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém.

g) Proclamar a Bênção Solene própria do dia.

h) À saída, podem distribuir-se a todos estrelinhas com frases do Evangelho. São frases que podem servir para nos orientar na vida. Nesse caso, o celebrante dirá uma palavra de explicação.

i) Seria muito agradável que no fim da celebração, no átrio da Igreja, um grupo de pessoas cantasse alguma melodia popular dos Reis, fazendo, assim, uma agradável surpresa aos presentes.

j) Sugestão de cânticos:
 Abertura: Eis que veio o Senhor dos Senhores (CD Liturgia V – Paulus)

Entrada da Bandeira: Os devotos do Divino (ODC, nº 134)

Apresentação dos Dons: Nas terras do Oriente (CD Liturgia V – Paulus)

Comunhão: Vimos sua estrela no Oriente (CD Liturgia V – Paulus)

Despedida: Bendito e louvado seja (ODC, nº 116);
Deus te salve, Deus menino (ODC, nº 117);
Cálix Bento (ODC, nº 135)

Epifania do Senhor.

Reflexões bíblico-pastorais




No décimo segundo dia (12.º) do nascimento de Jesus, temos um tempo zodiacal perfeitíssimo: lembra-nos os doze meses da órbita da terra em torno do sol. Cumpriu-se o tempo; a todos os povos Deus se manifesta num menino frágil. Todo o universo que reconhece o Deus Menino como o Senhor, “Sol nascente que nos veio visitar”. No Brasil, no entanto, celebramos o dia de Reis, o dia da Epifania do Senhor, no domingo entre o dia 02 e 08 de janeiro, visto que aqui não é feriado o dia 06 de janeiro.

Pastoralmente, neste dia não deveremos esquecer-nos de anunciar depois da proclamação do evangelho, como nos propõe o Missal, todas as festas do Ano Litúrgico, como expressão de que Natal, Páscoa e Pentecostes formam uma unidade. Assim, a encarnação é o ponto de partida da redenção, porque consiste na transformação do homem velho em homem novo. Este anúncio é antiquíssimo e era chamada de carta heorstática no época dos Padres da Igreja. A celebração deste domingo é outro aspecto da encarnação, porque os seus efeitos têm uma dimensão universal. A Oração do Dia desta Solenidade dá-nos as duas ideias fundamentais a realçar: 1ª guiados por uma estrela Deus revela-se aos pagãos; 2ª o pedido de sermos também guiados à contemplação da glória divina.

Deus revela-se aos pagãos. Perante esta realidade, no evangelho, encontramos três posturas distintas. A primeira é a atitude de Herodes, imagem de um tirano, de um poderoso injusto e egoísta que não tem escrúpulo em fazer uma carnificina quando suspeita de algo contra ele. Com medo de perder o poder, procura eliminar quem lhe pode tirar o poder. São Mateus escreveu o seu evangelho para cristãos que tinham conhecido as três gerações da família de Herodes e este nome soava-lhes a terror como o nome de Nero para os cristãos de Roma. A segunda é a atitude dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas do povo. Eles conheciam a profecia que anunciava este acontecimento, mas não procuram como os Magos, estão como que cegos, a luz da fé não ilumina a sua inteligência; eles esperavam um Messias poderoso (não o entendiam na pobreza); eles não viram a estrela como também toda a cidade de Jerusalém. A terceira é a atitude dos Magos que são a imagem de todos os homens e mulheres que procuram a fé. Na realidade que os rodeiam, procuram o sentido que explique as suas vidas. Apesar de virem de longe, não quer dizer que tenham valores diferentes das nossas tradições. A fé trespassa o local geográfico e abre-se ao universo. Deus também lhes fala através de sinais (neste caso por uma estrela), para que procurem o sentido das suas vidas. Os Magos são a expressão de todos aqueles que têm o coração aberto para acreditar e confiar, dispostos a fazer caminho que pode ser muito longo, sendo necessário, por vezes, vencer vários obstáculos. Quantos se questionam ao ver a luz de homens e mulheres que seguindo Jesus Cristo, longe de todo o sinal de poder, estão próximas dos outros, amando e servindo. O sinal e a luz de Jesus Cristo é para todo o mundo, é universal.

Os protagonistas do evangelho deste domingo são os Magos, mas o centro e o objetivo é Jesus: Deus Encarnado, o Messias que hoje é visitado pelos magos. Diz o evangelho que “prostrando-se diante d’ Ele, adoraram-No”, oferecendo-lhe ouro como rei, incenso como Deus e mirra como homem. Os Magos têm a única atitude cristã perante Jesus: adorar Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Adora-se Deus, devido à sua infinita grandeza. Cada ato litúrgico tem este sentido, apesar de nele reconhecermos a nossa fraqueza e limitação diante de Deus que nos criou. Por isso, somos convidados a imitar os Magos: reconhecer em Jesus a sua grandeza, expressa nas manifestações do seu mistério, desde o nascimento, da sua vida privada em Nazaré e depois na sua vida pública, no sofrimento, na morte, ressurreição e ascensão à glória.

Como os Magos, teremos de aprender a ver a estrela, ou seja, Deus, em todos os lugares: ver na natureza as marcas da sua presença, porque Ele a criou e a colocou ao serviço da humanidade. Para adorar a Deus, temos também de ter em conta todos aqueles acontecimentos que nos põem à prova e nos tentam a “fugir” de Deus, como aconteceu com os Magos que não se iludiram com o desejo “hipócrita” do rei Herodes. Há que deixar bem claro que Deus tem de ser sempre o primeiro, Aquele que tem a primazia, Aquele por quem procuramos, pondo-nos a caminho ao seu encontro. Encontrando-O, como aconteceu aos Magos, Deus torna-se próximo de nós, como um menino nos braços de sua mãe. Também a atitude dos Magos nos diz que a adoração deve expressar um sentimento interior, através de um gesto corporal: a adoração não é um ato intelectual, mas supõe toda a vida, a cabeça, o corpo, o coração. Finalmente, a adoração torna-se mais profunda à medida que o conhecimento de Deus vai progredindo. A adoração é um conhecimento amoroso que fará crescer o desejo de servir o Senhor até à adoração plena e definitiva.